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segunda-feira, 30 de junho de 2008

A fama não é selo de qualidade

A frase é óbvia, mas ainda assim acho que vale ressaltar. Em Brasília há lugares que são famosos, vivem cheios e não são bons. Claro que tudo depende do referencial e vou explicar o que quero dizer.
O Beirute é um restaurante que existe a mais de 40 ano em Brasília e tem uma filial recentemente aberta. O lugar é conhecido por abrigar todas as tribos. E, embora o nome seja árabe e tenha um excelente quibe, é famoso por servir um dos melhores filés à parmegiana da cidade, segundo pesquisa do Correioweb. Mas o atendimento é péssimo. Os garçons são desatentos e a comida demora. Sábado passado, cheguei no restaurante da Asa Sul, que fica na quadra onde moro, às 14h e o restaurante estava lotado. Tudo bem, final de semana em Bsb é assim mesmo. Mas além de nenhum garçon se dignar a vir falar conosco, ao abordar um deles fui informada que deveria procurar o " de camisa verde". Quando cheguei a ele e perguntei se havia uma mesa para sentarmos ele grosseiramente me disse que tinha que esperar e que tinham 6 pessoas esperando. Tentei perguntar se eram 6 mesas ou seis pessoas numa mesma mesa, ele já correndo me respondeu " tem 6 pessoas esperando se quiser fica na fila!". Brasília tem mais de 400 restaurantes. São mais de 120 só na Asa Sul. Eu não preciso ouvir isto. Fui caminhando mesmo para o Xique-Xique, onde o atendimento é sempre bom, a comida de altíssima qualidade e rapidinha.
Mas esta não é uma particularidade do Beirute não. Gosto muito da comida do Daniel Brian, um francesinho que fica na 104 N. O atendimento é meio lentinho ( melhor que do Beira contudo), mas eles não aceitam cartões de nenhuma espécie. Nem débito e nem crédito. O comércio é uma ação de mão dupla. O uso do cartão de crédito é uma segurança para o cliente. Nos dias de hoje não dá pra ficar andando com dinheiro ou mesmo cheque na bolsa e principalmente a quantia suficiente para pagar as despesas do Brian. Quando o comerciante não quer perder nenhum pouquinho dos seus lucros para me dar esta garantia me sinto lesada. Só vou lá quando um amigo insiste muito, mas em geral quando exponho os motivos para não ir lá eles são acatados.
É uma pena, pois a comida é ótima.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Literatura

Nem sempre fui leitora. Meus pais são leitores mas não são vorazes. Quando meninos, eu e meu irmão, tínhamos direto a escolher um livro por mês para lermos. O livro era comprado junto com as compras do mês no Carrefour sul aqui em Brasília mesmo. De lá saíu a minha coleção de "Anedotas do bichinho da maçã" do Ziraldo. Piadinhas leves, sem pretenções mas adorávamos.
Depois foi a vez da coleção vaga-lume que a escola indicava. Creio que devo ter lido todos. O que eu mais gostei foi Barcos de Papel. Contava a história de uma turma que saíu de férias e se perdeu numa caverna sem conseguir sair. Eu adorei.
O primeiro livro "de gente grande"que eu li foi Ana Terra, que minha mãe comprou pra mim num sebo. Claro que fiquei apaixonada pela personagem. E de lá pra cá a leitura foi uma constante na minha vida. Leio de tudo. De Mauro Wolf com Teorias da Comunicação, ao Saramago.
Por falar em Saramago, li recentemente "As intermitências da morte". Simplesmente maravilhoso. O livro que conta a história de uma morte temperamental que em determinado país, determinado dia resolve não matar mais. É fabulosa a capacidade criativa que vem disto. Passa-se a ter uma infinidades de ações, mercados e ausência de mercados em torno da ausência da morte.
Aliás outro livro incrível que tem a morte por protagonista é "A menina que roubava livros". A morte conta a suas peripécias durante a segunda guerra mundial dando enfoque numa certa garotinha.
Recomendo os dois.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Leões e Cordeiros

Assisti vários filmes nos últimos dias. Todos os besteróis disponíveis exceto o que eu de fato queria O melhor amigo da noiva. Assisti Sexy and the City. É um bom filme de seção da tarde com pessoas que se amam, se perdem e se reencontram. É bonitinho. Assisti Indiana Jones, já comentado aqui. Assisti As crônicas de Nárnia: O príncipe Cáspian, com e minha filha. Muito bom. Muitos efeitos especiais e uma história que mostra que tem tempo para tudo na vida. Tenho uma lista grande de filmes que me interessam e estão em cartaz. Começarei a vencê-la amanhã com A Outra.
Mas quero falar de um filme que vi em DVD Leões e Cordeiros. Com diálogos longos e cortantes, um cenário simples e um elenco de primeiríssima, o filme mostra as mazelas da política, da guera contra o terrorismo, da imprensa e da vida de um professor de ciência política. O filme, feito apenas de diálogos e algumas cenas de guerra, mostra os diversos interesses envolvidos nesta empreitada. O do senador, interpretado pelo Tom Cruise, interessado em mudar a opinião pública e ser candidato a presidente. O de dois bons alunos do professor interpretado por Robert Redford. Um dos alunos é afro-descendente e o outro hispânico e eles se alistam como voluntários para lutar no Iraque. Redford tenta demovê-los da idéia, mas é em vão. E há Meryl Streep, brilhante como sempre, no papel de uma jornalista conceituada e madura contactada pelo senador para ser a portadora da "boa nova" sobre a guerra no Iraque.
O desfecho é maravilhoso, sem finais simples e lugares comuns. Acho que o único pecado do filme é o fim dado aos jovens ex-alunos de Redford mas vale a pena cada minuto do filme. Fica a minha dica.

domingo, 22 de junho de 2008

MST

Na última semana oficializei minha saída do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Foi um ano de grande aprendizado. Aprendi muitas coisas boas e ruíns.
O MST nasceu em Janeiro de 2005, em Curitiba. De lá para cá ganhou legitimidade e força. É um movimento que reúne agricultores sem terra ( por óbvio), intelectuais sensíveis à causa e simpatizantes da luta pela Reforma Agrária.
Todos os países desenvolvidos fizeram a Reforma Agrária. O Brasil, não. A Constituição de 1988, reigida sob a égide da direita e que saiu com pinta de esquerda, para citar Ricardo Noblat ( Noblat, 2004), não menciona a palavra "latifúndio". E hoje em dia não é só a grande propriedade de terra que ameaça o pequeno produtor. São as grandes multinacionais, com sua política monocultora que produz madeira aqui, degrada o solo aqui, acaba com a biodiversidade daqui para exportar e lá usar tecnologia e transformar em produto industrializado gerando emprego e renda. Ou seja, para o país de origem resta apenas os prejuízos da produção.
Os meios de manifestações do movimento são diversos e sempre criativos. O mais comum, e noticiado, são as ocupações. Ocupam terras improdutivas para pressionar o governo a fazer a reforma agrária. Ocupam prédios públicos para reivindicar crédito para produzir, escola para suas crianças e casas para as famílias. Fazem marchas pelas estradas e vias públicas país a fora para sensibilizar a população para a sua luta. É importante lembrar que os grandes produtores também recorrem ao erário público para produzir e uma vez a cada 3 anos vêm com seus tratores e picapes ocupar a esplanada dos ministérios para não pagarem os empréstimos feitos com o governo. A diferença é que a mídia legitima a manifestação dos grandes e criminaliza a dos Sem Terra.
Claro que o MST tem defeitos, mas merece todo o nosso reconhecimento, apoio e luta.

sábado, 14 de junho de 2008

Fortaleza

Vim passar o fim de semana em Fortaleza. É uma cidade belíssima. Tem vida para além do turismo mas o turismo aqui é bem estruturado. Diferente de Natal/RN. Adoro Natal e vou sempre que posso, o que significa duas vezes nos dois últimos anos, mas lá o turista é explorado, não o turismo. Me lembro que para sentarmos na praia tínhamos que alugar as cadeiras, no morro do Careca. Aqui em Fortaleza além de praias belíssimas, com água quentinha, as barracas são muito bem estruturadas, muitas delas aceitam cartão de crédito e a comida não é cara. Claro, é uma cidade turística e camarão aqui, lá em Natal ou em Brasília é caro.
Fortaleza tem 34 Km de litoral, são 15 praias e vale a pena dar uma chegadinha em praias vizinhas, como Cumbuco que fica a 30km da capital Cearence; ou Lagoinha que está a 100km; e ainda há a já cantada Canoa Quebrada -180km.
A noite de Fortaleza tem sempre movimento. Há vários shows de humor cearence com figuras ótimas. O Centro Cultural Dragão do Mar também sempre tem atrações interessantes e há vários bares no local. Desde a última vez que estive aqui aquela região decaíu muito. Fica no final da Praia de Iracema e tem o conhecido bar "Pirata", mas eu não recomendo. Descobri um lugar muito gostoso no bairro Meireles, Coco Banbu que tem de tudo um pouco e um ambiente bem agradável.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Crusius Credo!!!!

A cobertura da mídia para o caso da divisão de recurso público para campanhas no Rio Grande do Sul me impressiona. Não se fala do partido da governadora!!!! E mais, nem se perguntam se ela sabia ou não, como fizeram milhões de vezes com o Lula e o suposto Valerioduto. E mais, foi o vice-governador, que é de um outro partido (deste partido os jornais falam toda hora que tratam do assunto), que é base aliada da governadora quem gravou! Com um aliado destes quem precisa de inimigo??
A Band News ontem não falava do assunto sem colocar na sequência a condenação de Marcos Valério por falsidade ideológica.
É o PIG ( Partido da Imprensa Golpista) tentando esconder fatos mais uma vez...
Ahh e a propósito é PSDB o partido de Yeda Crusius.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Barack Obama

Assisti o debate do candidato à presidência dos Estados Unidos da América (do norte) Barack Obama. Muito bom o discurso do jovem. Não sei se ele jogará menos bomba no Iraque, mas ouço as trombetas do fim do império americano tal como conhecemos. Obama não é White e não é anglo-saxon. É prostestante, mas já me parece um avanço.
Flávio Aguiar publicou no boletim Carta Maior um artigo excelente sobre o assunto. Vale a pena conferir.

Comer bem

Adoro cozinhar. Aprendi com minha mãe. Mineira da parte dela, sempre prezou por uma alimentação rica em legumes, sem fritura e colorida. Mas eu não gostava de comer. Era uma gerra para que eu comesse. Sei lá por que. Algumas coisas eu sei sim. ODEIO coentro. É um tempero muito usado no Goiás e que os mineiros só usam para peixes. Resultado: durante 23 anos da minha vida eu não comi peixe até descoberir num restaurante muito gostoso, o Retiro do Pescador, que eu gostava e muito de peixe, que o meu problema com o peixe era o coentro. Hoje eu tenho muito prazer em comer. E aprendi a cozinhar outras coisas além das que mamãe ensinou. A comida dela é muito equilibrada no gosto e no tempeiro. Já eu.....
Eu gosto de tempeiros. Alho, cebola, salsa, cebolinha, pimentas das mais diversas e variadas. E adoro inventar receitas. A primeira vez eu faço como manda a receita, a segunda.... Até hoje ninguém reclamou. Destas invenções saíram algumas receitinhas que fazem sucesso entre os amigos. Uma é um antepasto de beringela, outro é um chutney de manga e hoje farei mais uma modificação: rocambole de bacalhau. A receita origianal é com batata e o recheio com molho branco. Eu, com dicas de minha mãe, faço com mandioca e creme de repolho. Fica uma delícia. Experimentem;
Receita
500g de bacalhau do porto desfiado e dessalgado
500g de mandioca cozida
1 cebola grande
1 dente de alho
sal a gosto
Recheio
100g de repolho refogado
1/2 xícara de farinha de trigo
50g de azeitona preta picada
1 cebola grande picada
Modo de fazer
Refogue o bacalhau com azeite, a cebola picada em rodelas e o dente de alho picado. Quando a água do bacalhau reduzir, misturar a mandioca. Eu coloco um pouquinho de pimenta calabresa pra dar um cheiro. Cubra uma forma com papel alumínio e abra esta mistura. Leve ao forno por 20 minutos. Enquanto isto prepare o recheio. Refogue o repolho com alho, cebola e tempere com pimenta do reino. Dissolva a farinha de trigo num pouco de água para formar uma papa e junte ao repolho mexendo sempre. Acrescente a azeitona preta.
Quando retirar o bacalhau do forno, espalhe o recheio e com ajuda do papel alumínio enrole a mistura de bacalhau com mandioca. Pincele azeite e leve ao forno por mais 20 minutos. Sirva acompanhado de arroz branco e um bom vinho. Bom apetite.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Divergências bem vindas

A Laura, minha amiga de longa data, publicou um comentario contrário ao filme Indiana Jones, que eu gostei. Ontem o Alexandre, outro amigo de longa data, também comentou que não gostou do filme. Fiquei mesmo feliz com isto. O Alexandre criticou o fato de o filme ter perdido a proximimdade com a antropologia e ignorado os mapas! Segundo o alê, o fato de ter colocado ETs no final fez por desmerecer o trabalho antropológico que marcava os outros Indiana Jones. E eu juro que não havia me dado conta, mas ele me disse que o filme trata as Cataratas do Iguaçu como se fosse a floresta Amazônica, ou seja, a noção de mapa tão central nos anteriores foi traída.
A Laura deixa a dica de que Quebrando a Banca é ótimo. Vamos ter que esperar sair em DVD, já não está mais em cartaz em Brasília, mas ficou anotado.

domingo, 1 de junho de 2008

E por falar em final de semana...

Passei um final de semana muito caseiro. Foi ótimo. Hoje fui caminhar no parque da cidade, Sarah Kubitschek, com meu marido e constatei que ele está muito bem cuidado. Os jardins ainda não estão sentindo os efeitos da falta de chuva, os equipamentos estão em perfeito estado e os banheiros limpíssimos. Além disto, não sei se acontece o dia inteiro, várias joaninhas - os carrinhos utilizados pela administração do parque - "voam" dando a sensação de segurança. E o brasiliense utiliza o parque. Ele estava cheio de gente de todas as idades. Pra quem ainda não foi, vale a pena dar uma caminhada.

Fui também à Feira do Guará. A feira, que existe desde 1969, vende muito mais que produtos hortifrutigranjeiros. Comprei camarão para o almoço. Lá é bem mais barato que nos mercados e há uma teoria de que é fresco. Uma vantagem tem: vem limpinho. Faz tempo que a Feira do Guará se transformou em polo de moda. Sim, nada comparado aos produtos do Yves Sant Laurent - falecido hoje -, mas tem para todos os gostos e preços. Na feira tem um espaço cultural. Hoje tinha capoeira. E tem as barraquinhas de comida com comida típica de vários lugares do Brasil. E tem metrô na porta. Vale a pena dar uma esticada até lá também.

Indiana Jones

Assisti, no fim de semana passado, Indiana Jones e o reino da caveira de cristal. O filme é como os outros Indianas: bom enredo sem grandes pretenções, uma história de amor docinha e efeitos especiais a lá Spilberg.
Herrison Ford, que está um coroa lindíssimo e em ótima forma, enfrenta o mal na pele da "preferida"de Stalim. Ela está interessada no mundo das caveiras de cristal e quer que o belo moço a ajude a encontrá-lo. Em meio a aventuras na floresta Amazônica e bombardeio nuclear
Jones descobre que tem um filho, é traído por um amigo, reencontra um grande amor e casa-se.
O filme é uma deliciosa opção para quem quer se distrair.