Na última semana oficializei minha saída do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Foi um ano de grande aprendizado. Aprendi muitas coisas boas e ruíns.
O MST nasceu em Janeiro de 2005, em Curitiba. De lá para cá ganhou legitimidade e força. É um movimento que reúne agricultores sem terra ( por óbvio), intelectuais sensíveis à causa e simpatizantes da luta pela Reforma Agrária.
Todos os países desenvolvidos fizeram a Reforma Agrária. O Brasil, não. A Constituição de 1988, reigida sob a égide da direita e que saiu com pinta de esquerda, para citar Ricardo Noblat ( Noblat, 2004), não menciona a palavra "latifúndio". E hoje em dia não é só a grande propriedade de terra que ameaça o pequeno produtor. São as grandes multinacionais, com sua política monocultora que produz madeira aqui, degrada o solo aqui, acaba com a biodiversidade daqui para exportar e lá usar tecnologia e transformar em produto industrializado gerando emprego e renda. Ou seja, para o país de origem resta apenas os prejuízos da produção.
Os meios de manifestações do movimento são diversos e sempre criativos. O mais comum, e noticiado, são as ocupações. Ocupam terras improdutivas para pressionar o governo a fazer a reforma agrária. Ocupam prédios públicos para reivindicar crédito para produzir, escola para suas crianças e casas para as famílias. Fazem marchas pelas estradas e vias públicas país a fora para sensibilizar a população para a sua luta. É importante lembrar que os grandes produtores também recorrem ao erário público para produzir e uma vez a cada 3 anos vêm com seus tratores e picapes ocupar a esplanada dos ministérios para não pagarem os empréstimos feitos com o governo. A diferença é que a mídia legitima a manifestação dos grandes e criminaliza a dos Sem Terra.
Claro que o MST tem defeitos, mas merece todo o nosso reconhecimento, apoio e luta.
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